Deus é Fiel

Deus é Fiel

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Doutrina: Não temas porque eu sou contigo

Não temas porque eu sou contigo
Texto: Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça (Is 41.10).
O Livro do profeta Isaías pode ser dividido em duas partes: a primeira parte corresponde com o capítulo 1 ao capítulo 39, enquanto que a segunda parte corresponde com os capítulos 40 a 66, o nome Isaías tem como significado o Senhor tem libertado ou o Senhor é libertação. A segunda parte do livro pode ser subdividida em: palavras de consolo (Is 40 – 55), e em profecia a respeito do futuro (Is 56 – 66).
Portanto, o tema de Isaías (40 – 55) pode ser resumidamente descrito com a frase não temas. Sendo que no próprio capítulo a frase transmite três essências: salvação, esperança e promessa. Essências que são encontradas na primeira subdivisão da segunda parte do livro do profeta Isaías.
SALVAÇÃO
Os versículos 8 e 9 utilizam as seguintes descrições que correspondem diretamente com a soteriologia relata no livro do profeta Isaías: servo meu, a quem elegi, tu a quem tomei desde os fins da terra, e te chamei, e a ti escolhi. São termos que ratificam a salvação de Deus para com Israel. A nação israelita foi escolhida por Deus para exercer um ministério sacerdotal, eleição que tinha como objetivo proporcionar salvação a todos os seres humanos, porém, os israelitas rejeitaram ao Senhor Jesus. Logo, se torna necessário compreender as descrições teológicas para com os tipos de filhos de Deus analisados na Escritura Sagrada.
1- Adão, filho por formação. Três coisas são marcantes sobre a pessoa de Adão na Bíblia.
A primeira delas é que Adão foi o primeiro homem da terra, logo ele não foi fruto de um relacionamento amoroso, foi ele formado por Deus e recebeu de Deus o fôlego de vida (Gn 2.7).
 Já a segunda, corresponde com o pacto das obras. Adão foi o representante da humanidade no pacto das obras que tinha como promessa, a vida; como condição, a obediência; e como pena, a morte.
Por fim, a terceira coisa que se chama atenção no estudo bíblico a respeito de Adão é a desobediência.
2- Anjos, filhos por criação. A existência dos anjos está associada com a glória de Deus (Is 6.2,3), e com o cuidado para com os filhos de Deus na terra (Sl 34.7).
3- Israel, filhos por eleição. Deus escolheu a Israel para mostrar a sua glória ao mundo. O Egito era a grande potência da época enquanto Israel era um povo escravo. Segundo, Deus escolheu a Israel para outorgar ao mundo as Escrituras Sagradas. E por terceiro, Deus escolheu Israel para entregar o Salvador ao mundo.
4- Igreja, filhos por adoção. Paulo expressa que os membros das igrejas na Galácia eram filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, e utiliza o termo, todos (Gl 3.26), isto é, uma referência aos membros da igreja que tinham recebido Jesus como Salvador (Jo 1.12). Os filhos por adoção são todos os que recebem a Jesus como Salvador.
ESPERANÇA
O versículo 10 utiliza os termos: não temas e não te assombres. Descrições que correspondem com a esperança. Em meio às dificuldades inúmeras pessoas desistem, por que lhes falta a esperança, porém apenas os que persistem conquistarão a vitória. Sendo que a esperança é a virtude que define bem a Igreja do Senhor Jesus, pois esperar em Deus é confiar no agir dEle em meio as diversidades da vida. Por isso, o Senhor usa o profeta Isaías para escrever: não temas. Isto é, continue confiando em Deus.
A palavra esperança do grego, ελπίϛ, tem como significado expectativa do bem futuro, porém para os gregos poderia ser a atitude de quem espera ou aguarda qualquer acontecimento, com alegria ou com tristeza.
Para os cristãos a esperança corresponde diretamente em confiar em Deus, fato que proporciona os seguintes objetos da esperança cristã: o Reino de Deus, a ressurreição, a vinda do Senhor Jesus e a vida eterna.
Por fim, a esperança está diretamente interligada com confiança, paciência e expectativa.
PROMESSA
A promessa torna-se visível nos seguintes versículos:
Eis que, envergonhados e confundidos serão todos os que se indignaram contra ti; tornar-se-ão em nada, e os que contenderem contigo, perecerão. Buscá-los-ás, porém não os acharás; os que pelejarem contigo, tornar-se-ão em nada, e como coisa que não é nada, os que guerrearem contigo (Is 41.11,12).
A promessa para com os israelitas é o julgamento e o aniquilamento dos inimigos, pois serão envergonhados e tornar-se-ão em nada. Já para a Igreja do Senhor Jesus percebe-se que as promessas de Deus são descrições interligadas com os objetos da esperança cristã, pois Deus promete o Reino, o retorno do Messias, a ressurreição dos salvos e a vida eterna ao lado do Salvador.

As três essências são ratificadas diariamente para com os filhos de Deus pelas seguintes palavras: Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.

Subsídio da E.B.D: O Processo da Salvação


O Processo da Salvação
A presente lição trabalhará três elos da salvação: justificação, regeneração e santificação. Percebe-se que nos três elos há descrições vitoriosas sobre o pecado, isto é, sobre o poder do pecado e a presença do pecado.
I – JUSTIFICAÇÃO POR DEUS
1- A natureza da justificação.
2- A necessidade de Justificação.
3- A impossibilidade da autojustificação.
Comentário:  
A justificação é o elo da salvação que retira a penalidade do pecado. A justificação pode ser entendida em ser: salvação dos pecados praticados no passado. Libertação da penalidade ou da culpa do pecado. Um ato da graça. Momentânea. E ocorre enquanto o indivíduo estiver no mundo.
Entretanto, sem a ressurreição de Jesus não haveria a justificação. A ressurreição foi à confirmação das palavras de Jesus:
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último Dia (Jo 6.54).
A ressurreição de Jesus foi à confirmação de suas obras:
Mas eu tenho maior testemunho do que o de João, porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu faço testificam de mim, de que o Pai me enviou (Jo 5.36).
A ressurreição de Jesus foi à confirmação de sua vida:
Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Mc 10.45).
Jesus ressuscitou ao terceiro dia e por quarenta dias apareceu aos seus discípulos, após subiu ao céu. Jesus é o centro da história do mundo, e sem Ele indivíduo nenhum alcançará a salvação, porque Ele foi entregue por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação (Rm 4.25).
E ainda para outorgar maior conhecimento sobre o tema, justificação, três versículos são necessários para estudo (Rm 3.21,24 e 25).
Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas (v.21).
A primeira doutrina fortemente descrita pelo apóstolo Paulo foi à doutrina do pecado. O parágrafo que se inicia em Rm 3.21, demonstra que o apóstolo apresenta uma solução direta para os efeitos negativos do pecado, pois se manifestou, a justiça de Deus. Justiça é um termo muito comum no contexto jurídico. A justiça de Deus se manifestou sem lei, declaração de que a retidão é categoricamente determinante separadamente de qualquer lei (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.369).
Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus (v.24).
A palavra redenção (gr. apolytrosis), é de natureza econômica e é usado por Paulo em um sentido teológico para descrever como Cristo pagou a penalidade requerida por Deus para os nossos pecados (a saber, a morte), entregando a Sua própria vida na cruz. Quando nós aceitamos a Jesus, Ele nos livra do pecado (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.397).
Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus (v.25).
A justiça de Deus foi satisfeita pelo intermédio da morte de Jesus sobre a cruz, tendo como objetivo outorgar a remissão dos pecados para todos os que estavam longe da presença de Deus.
II – REGENERADOS PELO ESPÍRITO SANTO
1- A natureza da regeneração.
2- A necessidade de regeneração.
3- Consequências da regeneração.
Comentário:
O novo nascimento é definido pela palavra regeneração, que significa gerar novamente. Termo grego para regeneração é παλιγγενεσία e significa novo nascimento, regeneração, reprodução, sendo que no sentido moral corresponde com mudança pela graça, sendo a mudança da natureza carnal para uma nova vida, ou mudança de uma vida pecaminosa para uma vida santificada. Subentende ainda que regeneração pode ser definida pelas seguintes palavras: retorno, renovação, restauração e restituição.
O novo nascimento não corresponde com a reencarnação, nascer em um novo corpo e em uma nova vida, mas corresponde em mudança de vida e de atitudes por passar a ser morada do Espírito Santo. É nascer da água e do Espírito, verdade que corresponde com o arrepender de todos os pecados, e ser submisso e guiado pelo Espírito Santo.
Algumas referências Bíblicas descrevem a necessidade do novo nascimento por parte dos homens:
Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5.12) – todos pecaram, logo é necessário que os que ainda estão no pecado voltem para o Senhor Jesus, pois em Cristo Jesus somos justificados.
Consequentemente, assim como uma só transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens (Rm 5.18) – a transgressão resultou na condenação de todos os homens, isto é, o pecado presente na vida do indivíduo efetua na condenação, logo é necessário que os que ainda estão no pecado voltem para o Senhor Jesus, pois a justiça de Cristo resulta na justificação que outorga vida com abundância.
A lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça (Rm 5.20) – o pecado tem aumentado e destruído o convívio entre as pessoas, logo é necessário que haja novo nascimento para que na vida destes transborde a graça de Deus.
III – SANTIFICAÇÃO EM CRISTO
1- Uma consequência da salvação.
2- Um esforço pessoal.
3- O desafio de sermos santos.
Comentário:
A santificação tem início no começo da salvação do cristão. E esta santificação só é possível graça a ação divina em doar o seu único filho para salvar a humanidade (Jo 3.16).
Conforme os Escritos Sagrados à santificação se dá mediante a fé na obra redentora de Jesus; “para lhes abrir os olhos e convertê-los das trevas para a luz e da potestade de satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (At 26.18).
Também se dá mediante a palavra de Deus. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).
A santificação progressiva também se dá mediante uma vida de oração, “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9).
 Assim também como no frequentar a igreja, pois na congregação os santos se reúnem para louvarem a Deus, buscarem a face de Deus e aprenderem de Deus mediante o ensino da Escritura Sagrada.
Por fim, santificação se inicia na aceitação do cristão a Cristo, porém tem o seu clímax e perfeição no retorno de Jesus para buscar a igreja, isto é, no arrebatamento.
Referência:

ALLEN, Ronaldo B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Jó e o testemunho de homem íntegro

Jó e o testemunho de homem íntegro
Texto: Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal (Jó 1.1).
O primeiro versículo do livro apresenta quatro características que define o caráter do patriarca Jó: homem íntegro, homem reto, homem temente a Deus, e por fim, homem que se desviava do mal. O termo caráter no grego χαρακτήρ significa reprodução ou representação. Corresponde a uma ferramenta para gravação, isto é, uma coisa estampada, cunhada, ou seja, uma marca, ou sinal de distinção. Portanto, o testemunho que Jó alcançou de Deus veio da demonstração de seu caráter diante da presença do Senhor.
Compreendendo o que é caráter
Caráter é a qualidade inerente a um indivíduo e corresponde com o temperamento próprio e a índole de cada pessoa.
Caráter significa:
Ter um comprometimento com um conjunto de valores sem comprometer-se... Ser dedicado a um conjunto de padrões sem hesitar... Esforçar-se continuamente para integrar seus pensamentos, palavras e ações... Fazer sacrifícios para manter os seus princípios... Ter autodisciplina para manter seus valores e padrões morais (MUNROE, 2015, p.204-211).
A marca distintiva do caráter é a lealdade. Lealdade é o produto da estabilidade criada pelas provações que surgem ao longo do tempo (MUNROE, 2015, p.219).
Conforme o pastor Antônio Gilberto o caráter:
É um componente da personalidade. É adquirido, não herdado. A criança herda tendências, não caráter. Resulta da adaptação progressiva do temperamento às condições do meio ambiente: o lar, a escola, a igreja, a comunidade, e o estado socioeconômico (1998, p.223).
Já a personalidade é o conjunto de atributos e qualidades físicas, intelectuais e morais que caracterizam o indivíduo. Os principais elementos formadores da personalidade são a hereditariedade e o meio ambiente. Hereditariedade são os fatores herdados, isto é, a natureza humana transmitida pelos pais. Esses fatores hereditários nascem com o indivíduo e afetam e agem no mesmo através: do sistema nervoso; do sistema endócrino; dos demais órgãos internos (SILVA, p.222).
O caráter de Jó
Há discrepância a respeito do significado do nome Jó, pois para alguns, o nome Jó tem como significado retornou, enquanto para outros o nome significa odiado. Porém, o que é necessário compreender é que o patriarca Jó se destacou por alcançar o testemunho do próprio Deus, testemunho de homem íntegro, reto, temente e que se desviava do mal.
1- Jó, homem íntegro. Integridade corresponde a não ter inadequações espirituais, ou seja, que não foi atingido, o que caracteriza uma pessoa inculpável que moralmente se encontra no estado de pessoa sã. Logo, nos dias atuais para que alguém seja íntegro é necessário que a cada dia santifique a sua vida diante do Senhor.
2- Jó, homem reto. A pessoa reta não se desvia do padrão aprendido, por ser um homem reto o patriarca Jó não se desviava dos padrões outorgados por Deus, pois o seu coração estava cheio das regras divinas que proporcionou ao mesmo um padrão exemplar.
3- Jó, homem temente a Deus. A reverência ao Senhor é o reconhecimento da bondade e da santidade do Senhor, e por ser temente a Deus o patriarca temia desobedecer às regras morais e espirituais. A não desobediência permite compreender o temor que o patriarca tinha para com o Senhor.
4- Jó se desviava do mal. A localização onde o pecado reinava o patriarca Jó se desviava e se distanciava do mal. Tal característica do caráter de Jó permite compreender que o cristão tem a escolha: se comete ou não o pecado. É necessário compreender que resultados são provenientes de escolhas. Jó preveria se desviar do pecado.
Retorno de Deus para com o patriarca
O patriarca sofreu quatro percas: a primeira perca foi a dos bens matérias; segunda perca foi a morte de seus filhos; a terceira foi a perca da saúde; a quarta perca foi a do incentivo da esposa. Porém, Deus abençoou a Jó de maneira que ele recebeu tudo em dobro. Porém, isto ocorreu após a oração de Jó por seus amigos. Um empecilho grave que impede os cristãos de serem abençoados é a negligência a oração. E outro empecilho é a oração limitada, também conhecida como a oração para o eu: eu quero, eu preciso.
Com o seu caráter o patriarca alcançou o testemunho de Deus, que nos dias hodiernos os cristãos também venham alcançar o testemunho que agrade a Deus.
Referência:
MUNROE, Myles. O poder do caráter na liderança. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2015.
SILVA, Antonio Gilberto da. Manual da Escola Dominical: um curso de treinamento para professores iniciantes e de atualização para professores veteranos da Escola Bíblica Dominical. 17ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.

Subsídio da E.B.D: Arrependimento e Fé para a Salvação

Arrependimento e Fé para a Salvação
O arrependimento poderá se manifestar de duas maneiras: negativamente e positivamente. O arrependimento quando negativo é descrito no reconhecimento do pecado, porém a pessoa não volta para Deus, enquanto o arrependimento positivo se manifesta quando a pessoa reconhece que pecou e volta para Deus.
I – ARREPENDIMENTO, UMA TRANSFORMAÇÃO DO ESPÍRITO
1- Definição de arrependimento.
2- O arrependimento na vida cotidiana.
3- A ação do Espírito Santo no arrependimento.
Comentário:
Arrependimento significa retornar e se dedicar a Deus, isto é, corresponde com o abandono do pecado. O pecado é tudo aquilo que separa o ser humano de Deus. O autêntico arrependimento proporciona a ocorrência de dois elementos: ódio ao pecado (Sl 97.10) e a tristeza por causa do pecado (2 Co 7.10).
O arrependimento é o primeiro aspecto da experiência inicial da salvação experimentada pelo crente, experiência essa que é chamada conversão. A conversão autêntica é uma parte essencial e a prova da regeneração. A regeneração é a obra de Deus no íntimo e a conversão é a exteriorização da salvação, por parte do homem, através do arrependimento e da fé. O arrependimento tem muito de negativo e diz ao pecado em seus muitos aspectos e formas, especialmente ao pecado da incredulidade (BANCROFT, p. 235).
O arrependimento outorga liberdade das prisões manifestadas pela ação dominadora do pecado. Pois, o pecado escraviza o indivíduo e retira a alegria outorgada por Deus. O arrependimento corresponde com uma entrega à pessoa de Deus, para que por meio da santificação o Espírito Santo de Deus outorgue as transformações necessárias no interior do cristão.
Percebe-se também que o arrependimento positivo permite que o sentimento de culpa o acompanhe, assim também como a tristeza segundo Deus (2 Co 7.10). A genuína tristeza gerada pelo arrependimento quanto ao pecado cometido leva a pessoa a uma mudança de mentalidade e a uma reconciliação com Deus. Como o termo arrependimento significa voltar-se para Deus, que é o Salvador, o arrependimento resulta em libertação espiritual e salvação (2 Co 6.2). Infelizmente, o tipo de tristeza que o mundo gera opera a morte (ALLEN; RADMACHER;HOUSE, p.467).
II – A FÉ COMO UM DOM DE DEUS E COMO RESPOSTA DO SER HUMANO
1- A fé natural.
2- A fé salvífica.
3- Os benefícios da fé.
Comentário:
A fidelidade no grego πιστιϛ significa fé, confiança, compromisso, fidelidade, confiabilidade, lealdade e comprometimento [...] frequentemente significa a confiança expressa numa vida de fé. Nesse contexto, significa fidelidade. A fidelidade reflete a natureza do nosso Pai celeste. Ele é fidedigno. Sua paciência para conosco nunca se esgota, por mais vezes que o tenhamos decepcionado. Ele tem um compromisso conosco, à altura do seu grande plano de redenção! Devemos refletir diante dos outros as características divinas (HORTON, 1996, p. 491).
Portanto, a fidelidade é uma virtude desenvolvida pela ação do Espírito Santo, quanto mais o cristão se consagra a Deus, por meio da leitura das Sagradas Escrituras, da presença na Igreja tendo como objetivo adorar a Deus, e por meio da oração e jejum, o cristão desenvolverá as virtudes do Espírito. Deus é fiel. A fidelidade de Deus corresponde a um atributo moral, que expressa à majestade de sua natureza. A fidelidade de Deus é constatada no cumprimento das promessas.
Fidelidade é uma palavra importante, pois descreve o homem em cujo serviço fiel podemos confiar e cuja palavra podemos aceitar sem reservas. Descreve o homem com a fidelidade inflexível de Jesus Cristo e a total fidedignidade de Deus (BARCLAY, 2010, p. 105).
Porém, a fé natural corresponde com a aceitação intelectual de certas verdades acerca de Deus, mas que não é acompanhada por uma vida condizente com o evangelho (Tg 2.17). Essa fé é vivenciada por todas as pessoas que até acreditam em Deus, que entendem que Ele fez todas as coisas, que acreditam que o sol levanta-se pela manhã por provisão dEle, mas, mesmo assim, não dão o passo de salvação necessário (POMMERENING, 2017, p. 99).
Pommerening (2017, p. 100) assim descreve os benefícios da fé:
[...] a fé é o elemento indispensável (Ef 2.8-9). Ela é a porta de entrada das bênçãos oriundas da salvação, que são: a justificação, a regeneração, a reconciliação, a adoção, o perdão, a santificação, a glorificação e a vida eterna [...] a fé ainda permite a cura de enfermos [...] o batismo no Espírito Santo [...] a vitória contra o mundo [...] a carne [...] e o diabo [...]
III – O ARREPENDIMENTO E A FÉ SÃO AS RESPOSTAS DO HOMEM À SALVAÇÃO
1- Arrependimento – condição para a salvação.
2- Salvação por meio da fé.
3- Arrependimento e conversão.
Comentário:
A conversão é o momento em que o indivíduo aceita a Cristo e permite que o Espírito Santo habite em sua vida. No instante em que o indivíduo se arrepende de seus pecados, o mesmo estará aceitando o julgamento e o castigo na intenção de receber perdão e esperança pela transformação alcançada em Cristo Jesus, logo, a condição para a salvação é o arrependimento e a salvação ocorre mediante a fé.
Referência:
ALLEN, Ronaldo B. RADMACHER, Earl D. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
BARCLAY, W. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito. São Paulo: Vida Nova, 2010.
BRANCROFT. Emery H. Teologia Elementar, doutrina e conservadora. São Paulo: Editora Batista Regular, 2006.
HORTON, S.M. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.

POMMERENING, Claiton Ivan. A obra da Salvação, Jesus Cristo é o caminho a verdade e a vida. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Subsídio da E.B.D: Salvação e Livre-Arbítrio

Salvação e Livre-Arbítrio
Há dois ensinamentos que têm gerado inúmeros debates teológicos no protestantismo, e são eles: predestinação e livre-arbítrio. A temática a respeito da predestinação pode-se acrescentar que “segundo Calvino, a predestinação resulta da soberania de Deus que, desde a mais remota eternidade, já havia predestinado os que usufruirão da vida eterna. Infere-se, desde princípio, que o mesmo Deus também predestinou os que serão lançados no lago de fogo” (ANDRADE, p.207). Já o termo livre-arbítrio corresponde com o “instituto que nos faculta escolher entre o bem e o mal. Do uso que fazemos deste instrumento, prestaremos contas ao Supremo Juiz no último dia. Sem o livre-arbítrio, o homem jamais poderia firmar-se como criatura racional e moralmente livre” (ANDRADE, p.174).
O objetivo geral da presente lição é explicar que o projeto primário de Deus foi salvar a humanidade, contudo de acordo com sua soberania, concedeu o livre-arbítrio ao homem; e como objetivos específicos: mostrar que a eleição bíblica é segundo a presciência divina; discutir a tese bíblica de Armínio a respeito do livre-arbítrio; e, conhecer a respeito da eleição divina e do livre-arbítrio.
I – A ELEIÇÃO BÍBLICA É SEGUNDO A PRESCIÊNCIA DIVINA
1- A eleição de Israel.
2- A eleição para a salvação.
3- Presciência divina.
Comentário:
O presente tópico apresenta duas palavras que merecem atenção: eleição e presciência. O termo eleição do grego προγινωσκω significa, já conhecer ou ter conhecido no passado, em outras palavras significa prever ou antever, para Robinson “somente para Deus, conhecer de antemão, talvez com a ideia de aprovação; usado para o perfeito pré-conhceimento de Deus como ligado aos seus eternos desígnios” (p.776).
A eleição didaticamente pode ser divida e entendida da seguinte maneira:
A eleição é preventiva, isto é, Deus utiliza vários meios para impedir a operação do mal na vida daqueles que o teme.
A eleição é permissiva, isto é, Deus outorga liberdade ao homem para que este realize as escolhas conforme o livre-arbítrio que possui.  
A eleição é diretiva, Deus outorga liderança sobre a vontade humana.
A eleição é determinativa, isto é, Deus executa conforme a sua soberania (PEDRO apud POMMERENING, 2017, p. 89).
Já a presciência de Deus pode ser compreendida pela seguinte descrição teológica, os decretos de Deus. Quatro são os decretos de Deus: criação, providência, redenção e consumação.
A criação é o decreto divino que deu início a tudo o que existe (Gn 1.1). A finalidade da criação é para a glória de Deus (Is 43.7). Providência é o decreto divino que expressa o governo de Deus sobre a criação (Sl 24.1). Dois são os aspectos da providência de Deus: sustento e governo. O sustento se revela quando se afirma que Deus mantém a criação. Já o governo na afirmação que Deus rege, administra e gerencia a criação. Redenção é o decreto de Deus que se concretiza na salvação do pecador. Consumação é o decreto de Deus que ratifica a vitória final do Senhor em todas as suas obras.
II – ARMÍNIO E O LIVRE-ARBÍTRIO
1- Breve histórico de Jacó Armínio.
2- O livre-arbítrio.
3- O livre-arbítrio na Bíblia.
Comentário:
As palavras monergismo e sinergismo merecem bastante atenção por parte dos estudantes da Bíblia. Não são palavras presentes nos escritos Sagrados, porém o seu conteúdo sim. O termo monergismo corresponde com a “doutrina que atribui a conversão do ser humano única e exclusivamente ao Espírito Santo” (ANDRADE, p.183). O monergismo tem sido defendido pelos calvinistas. Já o termo sinergismo corresponde com a doutrina em que atribui a conversão do ser humano mediante a ação do Espírito Santo e a fé do indivíduo, isto é, uma cooperação divino-humana.
O arminianismo é sintetizado no seguinte acrônimo FACTS, que foi criado pelos seguidores de Armínio após a morte deste.
Freed by Grace (to Believe) – Livre pela graça (para crer). A salvação é para aqueles que creem, ou seja, para aqueles que se entregarem a Jesus.
Atonement for All – Expiação para Todos. Jesus ao se entregar na cruz se entregou por todos.
Conditional Election – Eleição Condicional. Ou seja, é válida para aqueles que se entregarem a Cristo.
Total Depravity – Depravação Total. Ensina que o homem é incapaz e limitado de si mesmo alcançar a salvação, logo à iniciativa da salvação é divina.
Security in Christ – Segurança em Cristo. O Espírito Santo capacita e assegura por meio da santificação a salvação aos que se mantiverem firmes na fé.
III – ELEIÇÃO DIVINA E LIVRE-ARBÍTRIO
1- A eleição divina.
2- Escolha humana e fatalismo.
3- A possibilidade da escolha humana.
Comentário:
Para Andrade a doutrina da salvação deverá ser compreendida com base em João 3.16 da seguinte maneira: “a predestinação é universal. Ou seja: Deus, em seu profundo e inigualável amor, predestinou todos os seres humanos à vida eterna. Ninguém foi predestinado ao lago de fogo que, conforme bem o acentuou Jesus, fora preparado para o diabo e aos seus anjos. Mas o fato de o homem ser predestinado à vida eterna não lhe garante a bem-aventurança ao lado de Deus. É necessário, pois que ele creia no Evangelho. E, assim, será havido por eleito. Por conseguinte, a predestinação é universal; e a eleição é particular” (ANDRADE, p.207).
Referência:
ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico, com definições etimológicas e locuções latinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

POMMERENING, Claiton Ivan. A obra da Salvação, Jesus Cristo é o caminho a verdade e a vida. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

E fez Deus a família

E fez Deus a família
Texto: E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele [...] Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne (Gn 2.18,24).
Família é uma instituição divina, formada antes do pecado para ter comunhão íntima com o Criador. O termo família vem do latim famulus e significa escravo doméstico, isto é, aquele que está preso ao lar. Não no sentido de prisão sem liberdade de amar, mas corresponde aquele que tem um abrigo. Logo, não corresponde com uma prisão, mas com um local de refúgio.
O presente estudo, e fez Deus a família, tem como objetivos: compreender a importância do não; sistematizar Gênesis 2.24; relembrar os propósitos do casamento; e por fim, entender as bases para a sustentação do lar.
Compreendendo a pedagogia do não
A palavra não é compreendida apenas como negatividade e não é vista como meio educacional para que haja efeitos educativos norteadores que objetivam o sucesso. O primeiro não na Bíblia foi dito pelo próprio Deus e corresponde a uma ação em que outorgaria benefícios para Adão.
A pedagogia do não no texto ensina que Deus reconheceu a necessidade de Adão de ter uma auxiliadora que estivesse ao seu lado, não sendo esta inferior e nem superior, mas que fosse idônea e que o completasse.
Já para as gerações hodiernas o não ensina que há limites necessários para o desenvolvimento do progresso individual e coletivo. Não correspondendo a uma negação do que é bom, mas instrui a cada indivíduo a ser obediente e compreensivo a realidade da vida.
Entendo Gênesis 2.24
O texto de Gênesis 2.24, possui valiosos ensinamentos sobre a vida conjugal. Pois, o texto está diretamente associado a sete princípios fundamentais para que o relacionamento conjugal seja bem sucedido.
Primeiro, a palavra homem, este correspondendo ao aspecto que possibilita ao indivíduo um relacionamento frutífero que é a maturidade. Logo, o termo homem corresponde à maturidade e no contexto Sagrado a maturidade deverá abranger três particularidades da vida humana, que são: a moral, a econômica e a espiritual. Quando o homem possui maturidade moral, isto indica que o mesmo é bem aceito e bem visto na sociedade, já a maturidade econômica indica que o indivíduo não é limitado ao serviço, e por fim, a maturidade espiritual corresponde à situação em que a pessoa se encontra com Deus.
Segundo, o versículo apresenta uma palavra de mudança, deixará. A mudança após o casamento deverá ser completa e abrange três esferas: geográfica, financeira e emocional. Sendo que o casamento requer mudança de atitude.
Um terceiro princípio para um relacionamento bem sucedido é a existência de um modelo de família, seu pai e sua mãe. De fato a educação dos pais preparam os filhos para a vida. E o lar paterno passa a ser modelo para a nova família nuclear.
Já como quarto princípio o texto apresenta o surgimento de uma nova família, se unirá. Duas pessoas diferentes, com hábitos, costumes e princípios culturais totalmente diferentes outorgará o surgimento de uma nova cultura de ampla diversidade, logo o lar dos pais só será visto como modelo de família para que uma nova e formidável casa seja moldada e estruturada.
Em quinto a palavra mulher, corresponde a um complemento. Portanto, o homem solteiro é de fato um ser incompleto. A mulher é o complemento para que o homem seja bem-sucedido. Nesta afirmação da Sagrada Escritura está à ênfase da monogamia e da heterossexualidade. Duas verdades que o inimigo da igreja tem implantado de maneira contrária na vida de pessoas cativas ao pecado. O unir se a uma mulher enfoca o ciclo da vida humana, e se não fosse à heterossexualidade promovida por Deus não haveria subsistido a raça humana desde o principio da criação.
Em sexto, as palavras se tornarão, indicam aprendizagem e confiança. Por mais que um relacionamento conjugal tem sobrevivido há algumas décadas é necessário que os cônjuges se conheçam. Pois, o conhecimento proporciona maior harmonia e entendimento das falhas do outro. Ninguém é capaz de mudar o companheiro e por mais que deseja, indivíduo nenhum poderá agir como Deus. E a confiança é um elemento necessário para que haja sucesso em um relacionamento.
E em sétimo, as palavras uma única carne, indicam intimidade profunda.
Definindo os propósitos do casamento
Biblicamente casamento corresponde com a união entre o homem e a mulher, que se une, isto é, que a cimenta, se agrega solidificando, tornando uma única carne. E são propósitos de Deus para a família: comunhão, fraternidade, compartilhamento de sonhos, fidelidade mútua e reciprocidade.
Quando a família formada compreende os propósitos de Deus, cada membro vive para o bem de um para com os outros. Pois, a felicidade do outro contribui para o fortalecimento da unidade familiar. Sendo que casamento é a união indissolúvel entre um homem e uma mulher que proporcionará orientação aos filhos para serem bem-sucedidos em tudo que colocarem a mão para fazerem.
Princípios que são bases para a sustentação do lar
Três são os princípios fundamentais para a construção do lar: desempenho correto dos papéis na composição da família, o bom gerenciamento e a espiritualidade do lar.
1- Desempenho dos papéis. O homem é a cabeça do lar (Ef 5.22-33), isto corresponde com as responsabilidades administrativas, logo, ser cabeça corresponde com maior responsabilidade. Responsabilidade de proteger, de prover, de guiar e de instruir. A mulher é o corpo do lar (Ef 5.22-33), fato que não põe a mulher ao estado de inferioridade ao do homem, mas lhe outorga funções como auxiliadora do homem, no que corresponde a instruir, guiar, proteger e prover. Já os filhos são os frutos da união (Sl 128.3) e devem obediência aos pais, assim também como o dever de honrá-los.
2- O bom gerenciamento. A governabilidade é uma habilidade outorgada por Deus aos seres humanos, porém poucos conseguem gerenciar os bens materiais que possuem. Alguns ao ponto de não contribuírem com a propagação do Reino de Deus, pois são egoístas e não são fiéis ao entregar os dízimos e ofertas a casa do tesouro. O princípio da fidelidade quando obedecido outorga benefícios incalculáveis para com as famílias.
3- A importância da espiritualidade do lar. É necessário buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, sendo que as demais coisas serão acrescentadas (Mt 6.33). A leitura da bíblia, assim como o orar diariamente e o jejuar, são ações fundamentais para o progresso e o fortalecimento das famílias diante a presença do Senhor.
Por fim, a família se desenvolve em formato de um ciclo, o que hoje se aprende se passa para gerações futuras, logo “aos pais, cabe a missão de educá-los para serem bons seres humanos, prepará-los para a vida em sociedade até que adquiram independência pessoal, profissional e financeira” (LOPES, 2017, p.339).
Referencial:

LOPES, Jamiel de Oliveira. Psicologia Pastoral, a ciência do conhecimento humano como aliada ministerial. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Abraão, homem que foi chamado de amigo pelo próprio Deus

Abraão, homem que foi chamado de amigo pelo próprio Deus
Texto: Mas tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi, semente de Abraão, meu amigo (Is 41.8).
Abraão foi chamado de amigo pelo próprio Deus, percebe-se que amigo é aquele que quer bem ao outro (Jó 6.14), que faz parte da vida do outro (Pv 18.24) e que sonha para o bem estar do outro. O presente estudo busca descrever as características do chamado de Abraão, identificar as jornadas percorridas pelo patriarca e compreender os pontos necessários para ser considerado amigo de Deus.
Características do chamado de Abraão
O chamado de Abraão teve características próprias que o notifica no longo da história da humanidade, pois o patriarca teve que pagar alto preço para servir conforme a vontade de Deus, sendo que o patriarca Abraão não recuou, mas prosseguiu firme na promessa do Senhor.
1- O chamado de Abraão foi pela fé (Hb 11.8). Isto indica que o patriarca não andava por vista (2 Co 5.7), mas por ser justo viveu pela fé, pois o justo viverá pela fé (Rm 1.17) e o mesmo sabia que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6).
2- O chamado de Abraão exigiu a mudança de localidade. A mudança foi de Ur dos caldeus para ir a Canaã (Gn 11.31). A primeira mudança que Deus requer do ser humano ao chamá-lo é que o mesmo mude de atitudes. Atitude é a tendência de uma pessoa de julgar tais objetos como bons ou ruins, desejáveis ou indesejáveis.
3- O chamado de Abraão teve um preço a ser pago. A renúncia da terra, da parentela e da casa são demonstrações do preço elevado pago pelo patriarca (Gn 12.1). Abraão renunciou a terra natal, o conforto do lar, os amigos, o tradicional estilo de vida, o direito de habitar entre os teus, o direito de ter uma velhice tranquila e o direito de dirigir a sua própria vida. Portanto, Abraão renunciou, sendo que renunciar é abrir mão de bens pessoais para servir conforme a vontade de Deus.
A vida de Abraão em comparação a uma jornada
Para o pastor Gonçalves (2016) a vida de Abraão foi uma jornada da fé que se divide em oito partes didaticamente bem distribuídas.
1- Uma jornada para conviver com altares, e não com pirâmides (Gn 13.1-4). Jornada em que Abraão se destaca em ser adorador.
2- Uma jornada onde a visão deve ser maior do que a ambição (Gn 13.7,8). As percas de bens matérias não se comparam com as consequências da perca da comunhão fraternal.
3- Uma jornada que não pode ser seduzida por uma imitação do Paraíso nem pelas lembranças do Egito (Gn 13.10). Abraão não foi iludido pela aparência, mas prosseguiu pela fé.
4- Uma jornada que se aproxima de Canaã e se afasta de Sodoma (Gn 13.12,13). O alvo que é a promessa não pode ser invalidado pelo conforto momentâneo.
5- Uma jornada onde a exclusividade determina a intimidade (Gn 13.14). Abraão conhecia a voz de Deus.
6- Uma jornada onde Deus mostra o futuro, mas é o homem quem constrói o presente (Gn 13.14-18). Abraão era um homem de atitudes, ou seja, um homem de ação.
7- Uma jornada onde pessoas são mais importantes do que coisas (Gn 14.12,23). Abraão se importou com Ló, pois as pessoas são mais importantes do que os objetos.
8- Uma jornada onde Abraão aprendeu que era grande, mas não o maior (Gn 14.18,20). Abraão reconheceu o ministério de Melquisedeque.
Sendo amigo de Deus
Ser amigo de Deus conforme Tiago é torna-se inimigo do mundo (Tg 4.4). Pois, o mundo material engloba os prazeres materiais da vida humana. A este tipo de mundo Tiago escreve relatando que aqueles que fazem amizade, tornam-se inimigos de Deus e infiéis. Portanto, Tiago anteriormente tinha citado em sua carta um exemplo de amigo de Deus, e este é Abraão, patriarca que não desacreditou na promessa de Deus para com a sua vida. Sendo Abraão amigo de Deus não duvidou da Palavra do Senhor (Tg 2.23).
Portanto, toda amizade terá como elemento básico afinidade e amor. Afinidade corresponde ao sentimento de afeto o que proporciona igualdade. Já o amor indica aproximação ou inclinação para com a outra pessoa, no que se refere ao amor entre amigos, isto é, inclinação com compaixão para com o outro.
Referência:
GONÇALVES, José. Maravilhosa graça, o evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.