Deus é Fiel

Deus é Fiel

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Subsídio para a aula da EBD – Milênio – Um tempo glorioso para a terra


Milênio – Um tempo glorioso para a terra
Que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos (Ap 20.4).
O versículo apresenta alguns pontos fundamentais:
Primeiro, na grande tribulação haverá pessoas que não prostrarão perante a besta e nem aceitarão o sinal da mesma.
Segundo, haverá a ressurreição de mortos, ou seja, os mártires do período da grande tribulação ressuscitarão para governarem com Cristo por mil anos.
No período do milênio satanás estará preso e será solto após mil anos para tentar os moradores da terra. Em três versículos (Ap 20.1-3) há a demonstração de como Satanás será preso. E três pontos são fundamentais para compreender a prisão de Satanás.
Preso por um anjo. Para Silva o arcanjo Miguel deve está em foco nesta passagem (p. 253). O que se conclui é que o anjo terá em suas mãos a chave do abismo e a autoridade para prender a Satanás.
Abismo é equivalente à palavra hades e sheol. Que quer dizer, lugar escondido, e em determinados textos da Escritura Sagrada o termo é traduzido pela palavra tártaro, que do grego significa escuridão.
Preso por mil anos. A duração da prisão de Satanás durará mil anos (v.2,3). Haverá um selo na prisão, isto é, Satanás será impedido de agir de forma maléfica. Selo no texto indica sela fechada.
Preso para não enganar durante mil anos. A única filiação de Satanás narrada na Bíblia é a mentira (Jo 8.44). Portanto, durante o longo histórico da humanidade Satanás se ocupou em enganar as nações, porém, esta ação não será desenvolvida no período do Milênio.
I – O REINO MILENIAL
O milênio será um período escatológico que ocorrerá após a Grande Tribulação. Os mil anos não corresponde a um termo figurado, mas corresponde literalmente há mil anos, sendo que cada ano possuirá 365 dias e entre eles haverá os anos bissextos. Neste período Satanás estará preso e o acontecimento que marcará o início do milênio será a ressurreição dos mártires da Grande Tribulação.
A terra será governada por Jesus, pois o que escreveu Zacarias corrobora esta verdade:
E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o Senhor, e um será o seu nome (Zc 14.9).
E Jerusalém será a capital do mundo, tanto espiritual como capital política. Pois, acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da Casa do Senhor no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. E virão muitos povos e dirão: vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor (Is 2.2,3).
II – O GOVERNO DE JESUS CRISTO
As descrições, novo céu, nova terra e nova Jerusalém, se associam a três dimensões: a dimensão celestial, novo céu; a dimensão terrestre, nova terra; e, a dimensão urbana, nova cidade.
Já no que corresponde à nova Jerusalém, três são os indicadores que define a nova Jerusalém ao patamar de uma cidade sublime:
Primeiro, a grande cidade (Ap 21.10), logo a grandeza da cidade corresponde ao suprimento da necessidade dos seus habitantes.
 Em segundo, a santa cidade (Ap 21.10),   isto é, a cidade é perfeita e livre de todo mal.
Por fim, em terceiro a cidade descerá do céu, por isso, haverá nela a glória de Deus (Ap 21.10).
Os detalhes inseridos no texto sagrado da nova Jerusalém indica que ela é uma cidade real. Cidade cujo construtor também é real (Hb 11.10). Se o mundo atual afetado pelo pecado possui as suas maravilhas o que será dito da nova cidade em que nela não haverá maldição (Ap 22.3), não haverá necessidade dos governos naturais que governam os dias e as noites - sol, lua e estrelas – (Ap 22.5), não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas (Ap 21.4).
Para um mundo perfeito é necessário que exista uma composição com elementos essenciais como a de um governo capaz somada com habitante consciente, que desfrute de conhecimentos, comunhão e vivam em amor. Por muitos anos esta tem sido à busca de homens para uma sociedade melhor, porém, estas teorias ao serem executadas pelo o homem eliminou o essencial que é a presença de Deus. Ou seja, não haverá uma sociedade justa com a ausência de Deus. Na nova Jerusalém a perfeição será real porque o próprio Deus a governará com isto os habitantes serão os salvos de todas as épocas que possuirão conhecimento perfeito e desfrutarão da perfeita comunhão e do perfeito amor.
Na Nova Jerusalém o amor de fato será sincero, generoso e longânimo. A perfeição do amor de Deus na nova Jerusalém se manifestará no amor que galardoa os salvos (Tg 1.12).
III – ASPECTOS RELEVANTES DO MILÊNIO
Abaixo registraremos quatro aspectos relevantes a respeito do milênio:
1- Será um período em que Cristo governará sobre a Terra. Portanto, este governo de Cristo será realizado com aqueles que fizeram parte da primeira ressurreição. E estes terão autoridade sobre os povos da Terra (Ap 20.6; Mt 19.21).
2- Será o período em que a Terra gozará da autêntica liderança. Pois, neste período haverá paz, segurança, prosperidade e justiça (Is 2.2-4; Is 65.21-23; Zc 9.10).
3- No período do milênio a natureza será restaurada. A natureza voltará a sua forma original com duas características consideradas ímpares: perfeita e bela (Is 65.25).
4- Os dias dos viventes serão multiplicados (Is 65.20). A morte estará presente e atuante no período do milênio, porém, o que morrer com a idade de cem anos será considerado a um jovem.
O reino milenar tem como objetivo, aproximar a nação de Israel à pessoa de Deus. Por fim, assim como a igreja primitiva acreditava no arrebatamento, também acreditavam no Reino Milenar de Jesus Cristo. Portanto, a igreja hodierna também acredita que em um período escatológico os seus membros de todos os tempos serão sacerdotes e reis para governarem com Cristo durante mil anos (Ap 1.6).
Referência:
SILVA, Severino Pedro. Apocalipse, versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Carta aos Romanos – O conhecimento da Lei


O conhecimento da Lei
Texto: 12- Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. 13- Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. 14- Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; 15- Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; 16- No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho. (Rm 2.12-16).
Para o apóstolo Paulo a existência da lei está associada com a presença da transgressão. Até existe um provérbio que enfatiza que “boas leis são provenientes de más condutas”. Por isso, sabe que as leis foram mediadas para que os hábitos maus fossem refreados. Nos escritos de Paulo aprende-se que a existência da lei estar associada à disciplina e a educação, pois pelo meio educativo os israelitas conheciam suas culpas. Portanto, a lei foi promulgada não por causa da obediência de alguns, mas por causa da desobediência de muitos. Porque a lei na sua instrução se aplica à corrupção humana.
Conceito de Lei
O termo lei tem sua definição do substantivo hebraico torá que significa instrução ou direção. Portanto, a palavra lei transmite a ideia de seta que corresponde com objeto indicador do caminho. A aplicação que se faz da lei é que a lei é uma seta que mostra o Caminho, isto é, a Torá indica para a pessoa de Jesus Cristo que é o Caminho que conduz o ser humano à salvação.
A lei é espiritual (Rm 7.14), pois a mesma é um reflexo moral de Deus. Por isso, a lei instrui, mas ao mesmo tempo a lei intensifica o pecado. A intensificação se dá por ser o indivíduo pecaminoso e apto para as coisas carnais.
A lei também direciona, isto é, o ser humano passa a realizar o que é conforme o querer de Deus. Porém, nas palavras de Jesus a lei e os profetas dependem de dois mandamentos. O primeiro, amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento (Mt 22. 37), e o segundo mandamento corresponde com o amor ao próximo (Mt 22. 39).
Em suma, o amor é a mais nobre de todas as leis; porém, os homens continuam mais a aprendê-la do que a pô-la em prática (CHAMPLIN, p. 759).
Os tipos de Lei ou os preceitos da Lei
Não existe mais de uma lei. O que existe são os preceitos da lei. E os preceitos da lei estão divididos em morais, cerimoniais e civis. Porém, com linguagem didática estes preceitos são definidos como os tipos de lei.
1- Lei moral. Os preceitos morais visavam à normalização das relações sociais, e têm como essência os dez mandamentos. Resumem-se em amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Cristo viveu este preceito quando Ele se entregou por toda a humanidade (Jo 3.16).
2- Lei cerimonial. Os preceitos cerimoniais visavam à normalização do sacerdócio levítico. Jesus cumpriu o sistema cerimonia da lei na sua morte (Mt 27.50,51).
3- Lei civil. Os preceitos civis visavam à normalização das normas jurídicas e a prática da vida social dos israelitas. Jesus transferiu os preceitos civis, ou valores jurídicos para a igreja.
Leis citadas por Paulo na epístola aos Romanos
Cerca de 70 vezes o termo lei aparece na epístola aos Romanos e com amplo significado. Na carta aos Romanos há sete tipos de leis citadas pelo o apóstolo.
1- Lei da Fé (Rm 3.27). Estar associada a imposições, ou seja, esta lei requer fé da parte dos que são chamados por Deus, também requer correta ação e é a lei da fé que os servos de Deus seguem.
2- Lei do marido (Rm 7.2). Se vive o marido a mulher estar ligada ao cônjuge. Morto o marido a mulher fica livre. Logo, o apóstolo Paulo faz desta ilustração a seguinte aplicação: morreu-se a lei, agora o cristão é livre para casar com a graça (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.379).
3- Lei de Deus (Rm 7.21). O termo lei de Deus aparece sete vezes na Bíblia. Quatro destas no Antigo Testamento e estar associada com todo o Pentateuco (Js 24.26; Ne 8.8,18; Ne 10.29). Já no Novo Testamento aparece três vezes (Rm 7.22.25; Rm 8.7) onde há um contraste com a lei do pecado, logo a lei se associa com a ação divina que transforma e santifica o ser humano.
4- Lei do entendimento (Rm 7.23). Para Champlin esta é a porção mais nobre do homem, talvez em sua alma regenerada, ou pelo menos, da alma que já recebeu certa dose de iluminação espiritual. Essa lei combate a lei interior e corrupta (p.773).
5- Lei do pecado (Rm 7.23). Corresponde com a própria natureza do homem e impede este de fazer o bem. Logo, esta é a lei do homem carnal.
6- Lei da morte (Rm 8.2). Termo que se associa com o princípio do mal e com a lei de Moisés. O motivo desta se associar com a lei de Moisés estar na condenação proveniente da lei.
7- Lei do Espírito (Rm 8.2). Se a lei do pecado condena e leva o homem a morte, a lei do Espírito vivifica e conduz o homem à presença de Deus.
Portanto, no cumprimento da justiça da lei o ser humano deixa de andar segundo a carne. A justiça da lei se manifesta no amor de Deus outorgando aos homens a graça transformadora e libertadora, pois o cumprimento da lei é o amor (Rm 13.10).
REFERÊNCIA
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 3. São Paulo: Hagnos, 2014.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Subsídio para a aula da EBD – A Vinda de Jesus em Glória


A Vinda de Jesus em Glória
Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens (Mt 24.30).
A segunda vinda de Jesus se divide em duas fases:
A primeira fase: será nos ares com o objetivo arrebatar a igreja (1 Ts 4.16,17). Não será visível a todos.
A segunda fase: juntamente com os santos Jesus virá a terra para reinar por mil anos. Esta vinda será visível a todos (Mt 24.26,27).
Mateus 24.29 registra o que ocorrerá depois da aflição daqueles dias, isto é, após os sete anos da tribulação o Filho do Homem aparecerá no céu e todos verão a Jesus. Logo, aqui estar registrado a segunda fase da segunda Vinda de Jesus.
I – JESUS VOLTARÁ E TODOS O VERÃO
Jesus voltará com poder e glória tendo como objetivo implantar o Reino Milenar. Portanto, isto indica que Jesus dará fim a Grande Tribulação com a prisão e lançamento da besta e do falso profeta no ardente lago de fogo e de enxofre (Ap 19.21).
João assim escreveu:
E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco, o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça... E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro (Ap 19. 11,14).
Logo, os exércitos que há no céu não correspondem com legiões de anjos, mas com aqueles que estão com Jesus e participaram da segunda Vinda do Messias e o termo cavalos brancos é um símbolo comum de vitória, seriam apropriados para aqueles que já são vitoriosos sobre a besta (RADMACHER; ALLEN;HOUSE, p. 794).
Portanto, após o período da Grande Tribulação, na terra, e as Bodas do Cordeiro, no Céu, Jesus voltará com os santos, para dar fim às catástrofes mundiais, acabar com a Grande Tribulação, livrar Israel do Anticristo e seus aliados e implantar o seu Reino Milanial. A vinda de Jesus em glória é o que alguns estudiosos chamam de revelação, ou parousia. Com a vinda em glória, Ele preparará o mundo para o Milênio. Antes deste, diversos eventos serão vistos na Terra, protagonizados pelo Senhor Jesus Cristo (LIMA, p. 99).
II – JESUS VOLTARÁ PARA DAR A DEVIDA RECOMPENSA AOS ÍMPIOS E PARA LIVRAR ISRAEL DO EXTERMÍNIO
A segunda vinda do Senhor Jesus em sua segunda fase tem como objetivo: a implantação do Reino Milenial.
Porém, anterior à implantação do Reino Milenial, se destaca os seguintes objetivos da segunda vinda:
O castigo para os ímpios. Haverá o julgamento para todos os que se levantaram contra Israel (Zc 12.3).
Livramento de Israel. Israel estará cercado pelos exércitos do Anticristo aí Jesus descerá do céu e destruirá as nações (Zc 12. 8,9), na batalha do Armagedom ou colina de Megido.
Sobre a batalha do Armagedom é necessário saber:
Terá a duração de um dia.
Definirá a derrota do Anticristo e do falso profeta.
Satanás será preso.
E no final da batalha as nações serão julgadas e logo após haverá a instalação do Milênio.
III – PREPARAÇÃO PARA O MILÊNIO
Em três versículos há a demonstração de como Satanás será preso. E três pontos são fundamentais para compreender a prisão de Satanás.
Preso por um anjo. Para Silva o arcanjo Miguel deve está em foco nesta passagem (p. 253). O que se conclui é que o anjo terá em suas mãos a chave do abismo e a autoridade para prender a Satanás.
Abismo é equivalente à palavra hades e sheol. Que quer dizer, lugar escondido, e em determinados textos da Escritura Sagrada o termo é traduzido pela palavra tártaro, que do grego significa escuridão.
Preso por mil anos. A duração da prisão de Satanás durará mil anos (v.2,3). Haverá um selo na prisão, isto é, Satanás será impedido de agir de forma maléfica. Selo no texto indica sela fechada.
Preso para não enganar durante mil anos. A única filiação de Satanás narrada na Bíblia é a mentira (Jo 8.44). Portanto, durante o longo histórico da humanidade Satanás se ocupou em enganar as nações, porém, esta ação não será desenvolvida no período do Milênio.
Referência:
LIMA, Elinaldo Renovato de. O Final de todas as coisas esperança e glória para os salvos. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
SILVA, Severino Pedro. Apocalipse, versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Carta aos Romanos – A Ira de Deus


A Ira de Deus
Texto: Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça. (Rm 1.18).
A ira de Deus no presente texto da carta aos Romanos corresponde com o juízo de Deus sobre aqueles que rejeitaram o conhecimento a respeito do Senhor. O termo do céu se manifesta, indica ação presente, isto é, a ira de Deus se manifesta contra o pecado e a rejeição da verdade (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.362).
Para entender os parágrafos que estão inseridos em Rm 1. 18-32 é necessário desenvolver as seguintes divisões: o que de Deus se pode conhecer, o juízo de Deus é um fato, a rejeição do conhecimento de Deus é a causa do julgamento e, o resultado da rejeição é o aumento da iniquidade.
O que de Deus se pode conhecer
O que se pode conhecer de Deus se inicia com o conhecimento dos nomes que descrevem os atributos da personalidade de Deus.
O nome Deus quando usado e citado indica poder. Logo, o nome Deus indica que Ele (Deus) é Todo Poderoso e tem poder absoluto. Já o nome Senhor quando citado outorga ênfase ao amor de Deus.
1- O Poder pertence a Deus
1.1- O Poder sobre tudo. Todas as coisas foram criadas por Deus, tal frase afirma que Deus controla todas as coisas, e as controlam em plena ordem. A criação foi monitorada pela ordem. A ordem é tão enfática ao poderio de Deus que se torna notável na própria rotação da Terra, o que possibilita o dia ter 24 horas. A ordem natural da vida, o nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer. Em suma, a ordem indica que Deus é quem está no controle de todas as coisas, porque todas as coisas foram criadas por Ele.
1.2- Poder sobre todos. Davi era rei, porém o título não outorgava ao rei Davi poderes para se apresentar como deus. O monarca era e continua sendo um modelo de discípulo, pois o mesmo cita: Uma coisa disse Deus, duas vezes a ouvi (Sl 62.11), isto é, Davi deu crédito à mensagem de Deus. Deus tem poder sobre os reis da Terra. E perante Ele se dobrará todos os joelhos (Rm 14.11), logo, Deus tem poder sobre todos.
2- A Misericórdia pertence ao Senhor. Misericórdia do substantivo – hesed (transliteração do hebraico) - corresponde à benignidade, amor firme, graça, misericórdia, fidelidade, bondade e devoção.
Já o substantivo – eleos – presume necessidade por parte de quem a recebe, e recursos adequados para satisfazer a necessidade daquele que a mostra.
Deus age com misericórdia para com a vida daqueles que o busca. As misericórdias do Senhor proporciona ao cristão a possibilidade de sonhar e lutar para que o melhor de Deus se concretize.
O Juízo de Deus é um fato
Dentre tantos tipos de juízos tratados na Bíblia, cinco merecem atenção: o julgamento dos pecados dos crentes na cruz de Cristo (Jo 13.31); o julgamento das obras dos crentes diante do Tribunal de Cristo (Rm 14.10); o julgamento das nações vivas, na parousia de Cristo (Mt 25.32); o julgamento de Israel, na volta de Cristo (Ez 20.33, Mt 19.28); e, o julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20.11-15).
Porém, na carta aos Romanos o apóstolo Paulo disserta a respeito da ação presente da ira de Deus que se a manifestado sobre toda impiedade e injustiça dos homens.
Logo, Deus os entregou às concupiscências do seu coração (Rm 1.24), isto é, Deus os deixou a mercê de seus pecados.
Também no que corresponde aos atos sexuais antinaturais Deus os abandonou (Rm 1.26), ou seja, Deus por outorgar o livre arbítrio aos homens não força os indivíduos a deixarem os atos vergonhosos. Porém, isto não define ser um abandono final de Deus para com humanidade, porque Deus sempre dá oportunidade aos seres humanos para que estes venham a enxergar toda maldade do pecado (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.363).
E pela terceira vez o apóstolo Paulo fala do abandono de Deus ao homem perverso, agora no que corresponde ao entregar aos sentimentos perversos (Rm 1.28), que anteriormente o apóstolo chama de loucura (Rm 1.22). Sentimento perverso indica uma mente totalmente destruída de sensibilidade moral.
Rejeição do conhecimento de Deus
A rejeição do conhecimento de Deus é a causa do juízo. As consequências para os que rejeitam o conhecimento de Deus são graves. Na Antiga Aliança o profeta Oséias lista as seguintes percas como consequências da rejeição do conhecimento de Deus: povo destruído, povo rejeitado, ministério rejeitado e o abandono de Deus para com os filhos daqueles que rejeitaram o conhecimento (Os 4.6).
Já o apóstolo Paulo na Nova Aliança lista as seguintes situações: Deus os entregou às concupiscências, Deus os abandonou às paixões infames e Deus os entregou a um sentimento perverso (Rm 1. 24,26,28).
A rejeição humana para com o conhecimento de Deus proporciona o aumento da iniquidade
Há três divisões na explicação do aumento do pecado.
A primeira explicação vem após a seguinte frase: Deus os entregou às concupiscências do coração, e o pecado a ser citado é a idolatria. Que conforme a passagem é a tentativa da mudança da verdade de Deus em mentira e, o honrar e servir mais a criatura do que o Criador (Rm 1. 24,25).
Já a segunda, vem após a frase: Deus os abandonou às paixões infames, e o pecado a ser citado é a prática homossexual. Portanto, nem o AT, nem o NT, reconhecem a homossexualidade como estilo de vida alternativo (RICHARDS, p.291).
Por fim, Deus os entregou a um sentimento perverso (Rm 1. 29-32), estes tais são dignos de morte, pois conhecem a justiça de Deus, mas praticam o que desagrada a Deus.
Em suma, o juízo de Deus sobrevirá no presente século e no século futuro para aqueles que rejeitam e rejeitaram o conhecimento de Deus, portanto cabe aos cristãos conhecer e prosseguir em conhecer o Senhor (Os 6.3).
Referência:
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Subsídio para a aula da EBD – A Grande Tribulação


A Grande Tribulação
Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra (Ap 3.10).
A hora da tentação é um termo técnico que descreve a Grande Tribulação, evento que ocorrerá na terra no instante em que a Igreja for arrebatada. A Grande Tribulação corresponde com o governo a ser desenvolvido em um período de sete anos que terá como líderes o trio do pecado: o falso profeta, o anticristo e o diabo.
Sobre a interpretação de quando ocorrerá a Tribulação é necessário compreender os seguintes termos teológicos:
Pós-milenismo: afirma que Jesus só aparecerá depois do milênio. E o reino de Cristo será de forma indireta.
Pós-tribulacionismo: afirma que a igreja será arrebatada somente após a tribulação, ou seja, esta ótica corrobora a participação da igreja na Grande Tribulação.
Pré-milenismo: afirma que o arrebatamento da igreja precederá a Grande Tribulação e o Milênio.
Midi-tribulacionista: corrente teológica que afirma a participação da igreja no primeiro período da Grande Tribulação.
I - A GRANDE TRIBULAÇÃO
O apóstolo Paulo à igreja em Tessalônica escreve: E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura (1 Ts 1.10).
O termo ira futura corresponde com o juízo divino que será derramado no período da Tribulação, sendo que a primeira fase da segunda vinda de Jesus precederá à ira futura.
Para corroborar o que escreveu no primeiro capítulo o apóstolo Paulo reafirma: porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo (1 Ts 5.10). Portanto, a vinda do Senhor Jesus é consolo para os salvos, por isso, é necessário consolar uns aos outros com estas palavras (1 Ts 4.18).
A Grande Tribulação será dividida em dois momentos: no primeiro momento haverá uma paz aparente com duração de três anos e meio, já no segundo momento a paz será retirada, logo a nação escolhida perceberá que o governo é uma armação maligna contra os israelitas.
Os primeiros três anos e meio serão marcados por avanços e pela falsa descrição do anticristo, pois o mesmo aparentará ser bom homem e bom líder, com as características necessárias para a realidade inicial do período da tribulação. Porém, na metade da semana, o anticristo fará cessar o sacrifício, ou seja, o mesmo será conhecido, pois abolirá com a falsa paz (Dn 9.27).
A Grande Tribulação de forma didática é compreendida em sete verdades:
A primeira verdade é que a Grande Tribulação será abrangente, pois será de âmbito mundial.
Já a segunda verdade indica que a Grande Tribulação será o pior tempo de aflição e angústia sobre a Terra.
A terceira verdade é que a Grande Tribulação tem uma relação direta com Israel.
A quarta verdade é que o trio da maldade governará sobe a Terra por sete anos.
Já quinta verdade corresponde com a salvação no período da Grande Tribulação (Ap 7.9-17).
A sexta verdade corresponde com o sofrimento e perseguição para com os que não aceitarem a marca da besta (Ap 12.17;13.15).
E a sétima verdade é que no final dos sete anos Jesus vencerá o anticristo.
II - A MANIFESTAÇÃO DA TRINDADE SATÂNICA NA GRANDE TRIBUALAÇÃO
O anticristo só manifestará quando a igreja for arrebatada. É evidente que o diabo por não saber a hora em que a igreja será arrebatada tem sempre pessoas em seu plano como possíveis gestores da Grande Tribulação, porém, no longo da história muitos homens se passaram por Cristo, entretanto, o verdadeiro Cristo já se manifestou neste mundo com toda a sua glória e em um dia futuro virá e arrebatará sua igreja.
Já o anticristo é conhecido como o homem do pecado e como filho da perdição (2 Ts 2.3), será o agente gestor de satanás na Terra, fará uma aliança com Israel, tornará se governador mundial, mediante o poder satânico operará grandes sinais, maravilhas e milagres com a seguinte finalidade: a propagação do engano (2 Ts 2.9).
Porém, no final da aliança preestabelecida entre o anticristo e Israel, as nações congregaram no lugar chamado Armagedom (Ap 16.16). Lugar em que Napoleão assim afirmou: eu faria deste lugar um campo de batalha para os exércitos de todo o mundo. Será neste lugar a derrota do anticristo e quando isto ocorrer Jesus voltará e todo o olho o verá e assim terá início o milênio.
III - O JUÍZO DE DEUS SOBRE O MUNDO
O livro selado de Apocalipses 5.1, corresponde com o programa divino que se concluirá em Apocalipses 8.5. Período em que a dispensação da graça se completará, é necessário entender que na Grande Tribulação haverá pessoas que receberão a Jesus como único Salvador.
Primeiro selo: Cavalo branco corresponde com a falsa paz.
Segundo selo: Cavalo vermelho           corresponde com a retirada da paz da terra, e ocorrerá um elevado número de morte por assassinato.
Terceiro selo: Cavalo preto corresponde com a fome que sobrevirá a terra.
Quarto selo: Cavalo amarelo corresponde com ações mortíferas. Isto é, com a morte de 25% dos habitantes da terra.
Quinto selo: Visão dos mártires da grande tribulação que não aceitaram a marca da besta.
Sexto selo: Grande tremor de terra, acompanhado por eclipse total do sol, a lua fica vermelha e dentre outros os meteoros cairão no espaço terrestre ocasionando a morte de muitos homens.
Sétimo selo: Na abertura do sétimo selo, sete anjos tocarão sete trombetas que serão a descrição de sete acontecimentos:
Terça parte da terra e da vegetação será queimada.
Terça parte das criaturas do mar será queimada.
Queda de um grande meteoro sobre a terra.
A terça parte dos astros é atingida e a terra será afetada por falta de luminosidade.
Libertação de demônios para atormentar os que não têm o sinal de Deus.
Libertação de quatro anjos que estavam presos junto ao Eufrates que mataram a terça parte dos homens.
O Reino de Deus será estabelecido. O toque da última trombeta passa a ser a confirmação das profecias correspondentes à instalação do Reino de Deus.
Para perorar é necessário entender que a tribulação é analisada pela ótica dos dias. O dia de Cristo e o dia do Senhor (1 Ts 5.2). O dia de Cristo corresponde com o arrebatamento da igreja (2 Ts 2.2), enquanto o dia do Senhor corresponde com implantação da tribulação na Terra.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Carta aos Romanos – Popularmente o Evangelho de Paulo


Carta aos Romanos – Popularmente o Evangelho de Paulo
Texto: Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. (Rm 1.16).
A carta aos Romanos é tipicamente conhecida como o evangelho de Paulo. Nesta epístola o apóstolo Paulo torna-se notável como grande teólogo. Sendo que duas palavras são tidas como chave para a compreensão da mensagem da epístola. Estas palavras são: doutrina e exortação.
A primeira parte corresponde com as doutrinas Bíblicas. Iniciando com a teontologia, porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou (Rm 1.19), texto que em seu contexto descreve a respeito da santidade divina. A harmatiologia também está presente nas citações doutrinárias de Paulo, pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo (Rm 5.12b). E em destaque percebe-se a soteriologia, isto é, a doutrina da salvação. Os elos da salvação estão presentes na epístola: fé, justificação (Rm 5.1), e santificação (Rm 8.1). Portanto, a cristologia e a paracletologia também estão presentes (Rm 8.1-30).
Exortação com a apresentação dos cristãos para com Deus (Rm 12.1-8). Em seguida exorta aos cristãos ao verdadeiro amor (Rm 12.9-21). Por terceiro, trás a seguinte exortação: submissão às autoridades por Deus constituídas. Por fim, Paulo exorta a tolerar os mais fracos (Rm 14. 1-12).
Conhecendo o Autor
1- Um olhar para conhecer o apóstolo Paulo. De Saulo a Paulo, enquanto o nome Saulo indica o sentimento de desejo, o nome Paulo passa a indicar o sentido de pequeno, pois em meio ao conhecimento de Paulo o evangelho seria propagado mediante a graça transformadora de Cristo (Fp 3.8, 2 Co 12.9). Como bom judeu o apóstolo no período anterior a sua conversão queria ser útil a Deus, por isso, Paulo tornou-se um perseguidor da fé cristã, pois via na mesma uma ameaça aos princípios do judaísmo.
Antes de sua conversão, Paulo já se destacava por sua entrega e veemência a uma missão (At 9.2). Logo, após a conversão o apóstolo Paulo não perdeu o desejo de ser útil a Deus, sendo assim se dedicou com toda veemência à propagação do evangelho chegando a realizar três viagens missionárias (At 13.2,3).
2- Credenciais citadas na apresentação. As cartas no período antigo começavam com o nome e a credencial do autor, e era seguida com uma saudação ao destinatário.  No prefácio da carta escrita aos romanos o apóstolo Paulo se apresenta com as seguintes credenciais: servo e apóstolo (Rm 1.1).
Servo (grego, doulos), corresponde a escravo ou serviçal de uma casa. Porém, o apóstolo Paulo ao se identificar como servo, o mesmo queria descrever sua relação com Jesus Cristo. Relação pactual em que Jesus controla e comanda o seu povo.
Já o termo apóstolo trata-se basicamente da defesa de Paulo ao seu chamado ministerial. O real motivo de se apresentar como apóstolo à igreja em Roma está diretamente ligado à ação de Satanás em tentar diminuir a autoridade apostólica de Paulo perante a comunidade cristã.
Conhecendo a Igreja em Roma
Roma no primeiro século tornou-se admirável e ao mesmo tempo moralmente degradável e cheia de conflitos.
Nero (governou Roma desde 13 de outubro de 54 a 9 de junho de 68) torna-se o grande exemplo da desmoralização política de Roma. Dentre as atitudes deste imperador romano está o extermínio de sua mãe e a forte perseguição aos cristãos.
Dessa maneira aclamando-se publicamente como o principal inimigo de Deus, Nero foi conduzido em sua fúria a assassinar os apóstolos. Relata-se, portanto, que Paulo foi decapitado em Roma e que Pedro foi crucificado sob seu governo (CESARÉIRA, p. 76).
1- Igreja notável pela fé (Rm 1.8). O segundo parágrafo da Epístola é uma ação de graça (vv. 8-15). Em que Paulo inicia o parágrafo enfatizando a fé dos irmãos em Roma. A fé notável pode estar diretamente associada com a permanência dos cristãos em Cristo em meio a tantas perseguições e tribulações (Rm 5.3-5).
2- Igreja perseguida (Rm 1.11). Para Paulo os dons espirituais outorgam consolo da parte de Deus. Os dons espirituais são nove e são divididos em três grupos (1 Co 12.8-10).
2.1- Primeiro grupo, o de revelação: sabedoria, palavra da ciência e discernimento dos espíritos. O consolo presente nestes dons corresponde com a Direção de Deus em outorgar soluções necessárias em meio às circunstâncias difíceis.
2.2- Segundo grupo, o de poder: dom da fé, dons de curar e dons de operações de maravilhas. O consolo presente nestes dons corresponde com a Ação de Deus em outorgar soluções necessárias em meio às circunstâncias difíceis.  
2.3- Terceiro grupo, os de elocução: profecia, variedade de línguas e interpretação de línguas. O consolo presente nestes dons corresponde com a Voz de Deus em outorgar soluções necessárias em meio às circunstâncias difíceis.
Conhecendo o propósito e o tema da Carta
O propósito da Epístola é notório na introdução (Rm 1.1-17), pedindo sempre em minhas orações que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco (v. 10). Logo, o propósito de Paulo ao escrever a Epístola era de ir a Roma. Porém, na escrita o apóstolo registra sua mensagem que já era pregada a mais ou menos, vinte cinco anos. Também na carta Paulo corrige alguns problemas da Igreja causados por atitudes erradas dos judeus para com os gentios (Rm 2.1-29; 3.1,9; 11.11-32).
O tema da epístola é encontrado nos seguintes versículos: Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé (Rm 1.16,17).
Em suma, a Epístola aos Romanos em seu tema central, define a doutrina da salvação associada diretamente com o elo da salvação em especial a fé.
A frase de fé em fé (Rm 1.17), significa fé do começo ao fim. Portanto, através da escrita da carta Paulo queria consolar os cristãos a permanecerem firmes na fé em meio às perseguições contra o Evangelho, sabendo que o cristão autêntico não envergonha do Evangelho porque este é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.