Deus é Fiel

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terça-feira, 24 de maio de 2016

Carta aos Romanos – Apresentação do cristão para com Deus perante as autoridades


Apresentação do cristão para com Deus perante as autoridades
 
Texto: 1- Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.
2- Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
3- Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela.
4- Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal (Rm 13. 1-4).
Para Paulo o cristão deverá ser sujeito às autoridades, desde o momento em que esta é instrumento de Deus para a perpetuação da justiça. Portanto, para compreensão do texto é necessário dividi-lo em três tópicos: limites da sujeição às autoridades, o dever das autoridades e o papel do cristão diante das autoridades.
Limites da sujeição às autoridades
O apóstolo não define que o cristão deverá ser submisso a autoridade tal, como por exemplo, submisso ao governo do Brasil. O que Paulo notifica é a existência de uma humanidade em que há autoridades e submissos a esta autoridade. Deus age por meio de seus decretos e o segundo decreto de Deus se chama providência, sendo que Deus prover por meio da organização, isto é, por meio da ordem, e as autoridades existentes são constituídas por Deus para manter a ordem.
Porém, quando a autoridade palmilha na contra mão do querer de Deus as mesmas não deverão ter o respeito e nem a submissão dos cristãos, mas importa obedecer a Deus do que aos homens (At 5.29).
Toda autoridade vem de Deus. Quando qualquer autoridade ordena que seja feito o que Deus proibiu, ou proíbe aquilo que Deus ordenou, o cristão deve obedecer ao Senhor de todas as autoridades, o próprio Deus. Nós nos submetemos à autoridade governamental porque quem instituiu a autoridade foi o próprio Deus. Quando nos submetemos ao governo estamos submetendo-nos a Deus (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.303).
Em suma, a obediência à autoridade deverá ocorrer:
Porque o governo civil está sujeito ao decreto de Deus.
E também, porque o estado foi instituído para ser agente da justiça (Rm 13.4).
Porém, quando o governo deixa de exercer sua função, este deixa de ser ordenança divina, pois abandonou o propósito da sua criação. O cristão não poderá obedecer ao estado quando este requer a desobediência a Palavra de Deus. Logo, surge também a definição do dever do cristão perante a ordem pública.
Em uma sociedade democrática, o cristão tem parte na administração civil, devendo fazer tudo aquilo que lhe é possível para que as ações dessa autoridade estejam em conformidade com a Lei moral de Deus (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.398). Caso as lideranças não atentam para as ações benéficas e violem os princípios bíblicos, tal liderança deverá ser alertada, assim como fez João Batista ao reprender Herodes (Lc 3.19) e também como fez Daniel ao dizer para Nabucodonosor, abandona os teus pecados, praticando a justiça (Dn 4.27).
O dever das autoridades
As autoridades foram instituídas por Deus, logo o primeiro dever das autoridades é uma ação competente para com a organização da sociedade. A organização social do governo deverá atender as necessidades básicas do povo, como por exemplo, administrar os recursos existentes e criar estratégias para o aumento destes recursos.
Vale citar que é dever do estado promover a paz, pois não traz debalde a espada (Rm 13.4). A presença da espada indica o poder da autoridade para punir os que fazem o mal, garantindo assim a paz pública.
Por fim, as autoridades foram instituídas por Deus, logo cabe às autoridades obedecerem a Deus e a Palavra de Deus.
Papel do cristão diante das autoridades
O dever do cristão conforme o apóstolo Paulo pode ser definido em ser sujeito pela consciência e na lealdade ao pagamento dos impostos. A sujeição pela consciência corresponde a obedecer ao governo não apenas por ser um dever civil, mas por ser um dever espiritual. Os impostos existem para serem pagos. É de responsabilidade dos cristãos o pagamento dos impostos.
Porém, em uma sociedade democrática, o cristão tem parte na administração civil, devendo fazer tudo aquilo que lhe é possível para que as ações dessa autoridade estejam em conformidade com a Lei moral de Deus (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, p.398).
Portanto, a sujeição às autoridades deverá ser interpretada no seu aspecto histórico, pois no período em que Paulo escreve a Igreja em Roma, Nero era o imperador e perseguia os cristãos.  Mesmo assim, era dever dos cristãos obedecer ao sistema governamental até o ponto em que este não desobedecesse a Lei de Deus. Pois, o sistema governamental e não o governo é proveniente de Deus.
REFERÊNCIA
RADMACHER, Earl D. ALLEN, Ronaldo B. HOUSE, H. Wayne. O Novo comentário Bíblico Novo Testamento. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

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